Vejo um Homem à minha frente, tem um rosto pálido de verdade, seus músculos sobressaem perante os passageiros.
Traz uma mala, suponho que seja viajante, e que ande de cidade em cidade, encurralando a sua monotonia.
Ouve música e sente o ritmo batendo o pé, sente o ritmo e sente o ritmo da sua vida sem se aperceber de tal. Não sei quem será, nem sei se ele pensa o que é a vida dele e o que está aqui a fazer.
Na minha aparência, ele sente-se constrangido, olha em redor e apenas vê rostos estranhos, estranhos mas iguais aos de todos os dias. Sempre rostos diferentes.
Numa viagem vê-se entrar e sair pessoas, pessoas essas que nunca vimos e que muitos menos as vamos voltar a ver. Ele repara nisso e continua batendo o pé.
Deixa-se ir pelo saltitar da carruagem
Onde será a paragem deste viajante?
Escrito a dezoitodemarçode2010
