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Contemplada



Há Invernos gelados que nos deixam quietos no nosso canto, Invernos esses em que nós paramos, olhamos em volta vemos a chuva a cair, ouvimos o vento a passar, e tudo parece a monotonia do custume.
Neste Inverno nada me aquecera, tinha apenas o aconchego dos meus amigos em minha volta.(…)
Neste jogo cometem-se imensas loucuras, elas surgem e nós como que por magia vamos atrás delas, abraçamo-las e vimo-las como amigas, fazemos coisas que nunca pensámos fazer.
Tomam conta de nós e habituam-se a nós, como nós nos habituamos a elas.
Tentamos um dia fugir mas elas estão sempre presentes na nossa mente, tentamos até cometer outras loucuras, mas cartas chegam e relembram-nos do que verdadeiramente nos anima e o que nos sustenta a alma. Lembramo-nos então da verdadeira loucura ou da verdadeira louca(o) que nos alimenta e que acima de tudo nos faz falta e que é a nossa felicidade. (…)
Na vida um louco aparece, nos fugimos e pensamos que ele não nos aparecerá mais, mas ele aparece e aí nós não temos hipóteses de fugir.
Começa então agrupar-se as palavras, começam os átomos a unir-se, e começa-se então a criar-se a História.(…)
Em todas essas aventuras de amor existem os problemas, as chatices e no fim é claro, a felicidade.
Mas nada sai assim, nada sai como nós queremos, é tudo extremamente complexado, tudo extremamente triste, tudo carregado de sofrimento e de emoções muito pouco compreendidas. Todas essas palavras bonitas que existem em Histórias são inventadas para que aquele ou aqueloutro se sintam felizes e cheios de vontade de se apaixonar.
 Mas amor?
É..
Universal? Forte? Relativo? (ou) Estupidez!?
Vamos deixar-nos disso, vamos então entregar-nos a algo superficial e deixar a palavra amor para um momento mais acertado.
Parei e reflecti, e ainda não percebi o que é preciso realmente no Inverno, o que se necessita e o que aquece, é óbvio que não é algo material, é óbvio que os amigos não chegam.(..) Então(…)
Gestos fogem-nos entre os dedos, actos e palavras relevantes fogem-nos mas depois guiam-nos com olhares cegos de amores, e acima de tudo sorrisos que nos inundam a alma e nos aquecem o coração em dias frios como este.
Beijos surgem da imensidão da escuridão, continuam a perseguir-nos com o toque, talvez de uma mão gelada que precisa de um carinho, ou talvez de um beijo a fugir.
Sim essa pessoa precisa de tudo isso e se calhar de muito mais, eu sei que precisa, pois todos o precisam, até eu, não sou uma excepção.
A chuva continua a cair e os meus olhos continuam a olhar-te mesmo sem tu te aperceberes que o estou a fazer, o meu coração bate e tu talvez sintas o mesmo pois sei que este Inverno é frio, e esta chuva gelada misturada com este vento forte não vai parar.
Aquece-me agora as palavras, peço-te, quero-te pedir muito mais, mas as palavras não saem e as letras prendem-se.
“A chuva continua a cair e o vento continua a passar.”
Vou agora parar, abrir a janela e olhar para um gesto preso.
Sei que um dia uma pessoa me disse "Com o tempo tornaste-te tão importante e às tantas nem conseguia passar sem as tuas cartas, sem te ter ali antes de adormecer para poder dormir descansada, eras tão necessário".
O tempo agora surge e nenhum de nós o vai parar, nenhum de nós o consegue parar!
Essa pessoa disse-me muitas coisas que hoje com alegria as relembro, relembro não só com alegria, mas muito mais com saudades.
Mas esse tempo passou, o calor desapareceu e a felicidade fugiu-me sem eu me aperceber de tal.
Eram então estas palavras que me aqueciam, e que me sustinham o coração.
Eram estes toques, estas cartas e estes olhares que me faziam eu ficar quente na imensidão deste Inverno. (…)
Tudo isto é incompleto, pois sei que ambos os expoentes têm imenso para dar e tantos Invernos que virão para ser aquecidos.
Vou então agora apanhar os pedaços e recomeçar do principio, vou-te defender para algo melhor no futuro.(..)
 Talvez um final feliz seja apenas isto, o acabar e adivinhar o futuro, ou mesmo que nós sabendo que telefonemas e corações partidos fogem-nos, apesar de erros, de sinais mal interpretados, apesar da dor e da vergonha tudo isto acaba. E sim, te digo que nunca mas nunca vou deixar de ter esperança e que por agora quero realmente fazer-te feliz, preciso muito de te fazer feliz, tudo para que um dia tenho a hipótese de ser feliz.


3 de Dezembro 2010.
 Bernardo Henriques.

( Não está completo, e está em partes)