Vento gelado sobrevoam-me a cabeça, e como que uma brisa vinda do além, gela-me a pele, fecha-me os olhos, e congela-me o coração.
Penso então no amortizar de sentimentos que se encurralam entre palavras meio gastas pelo tempo e uso das mesmas.
O frio foge-me, abro os olhos, vejo a face de um “não” e penso que o “sim” é o fim deste inferno que me tem sussurrado a meu ouvido.
Mas o olhar surge, vejo que o frio volta, vejo que o inferno volta, e que a chama que ainda sustinha o pequeno foco de calor que nos abraçava, é apagado por uma brisa vinda de sul.
E então, as minhas esperanças esvaíram-se em súbita e repentina perda de consciência, mas, como que com um abalo, acordo deste sono de agnosia.
Apercebo-me então que o verdadeiro foco que nos sustenta está dentro de nós, e que não preciso de brisas para me abraçarem a esperança.
A minha esperança és tu.
absf
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