Envolve-te no Desenvolvimento

O Impor do Sol



Sai dos lençóis como uma nuvem a fugir entre relâmpagos e ventos cruzados.
Foge, e esse vento bate na face dele, sentindo-se agoniado, e fechando os olhos num palpitar, amortiza com a sua cabeça nas almofadas ainda meio humidas.
Ela abre a janela da varanda, e o frio que na rua esperava, entra, sem pedir autorização.
Esse mesmo frio, como uma agulha entra pelas costas dele, sufoca-lhe então a alma, que até ali tinha estado apagada.
Ela olha para trás lentamente, mas, como um disparo vira-se novamente para a frente.
Ele sai dos lençois meio zonzo, pega num lencol que pairava no chão, e aconchega as costas nuas daquela pobre coitada.
Ao de leve, muito ao de leve, com os seus lábios, vai tocando no pescoço dela, deixando-a ainda mais arrepiada. (descendo e subindo..)
Agarrando-a, com um agarrar de sempre, fixam o olhar no nascer do sol que se fazia parecer no final daquela noite.

Parece não ter fim..